quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O que virá depois?

Lula 'dá cotovelada' em Obama ao receber líder Irã, diz 'New York Times'

Uma reportagem publicada nesta segunda-feira no jornal americano The New York Times afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "está dando cotoveladas" no seu colega americano, Barack Obama, ao receber o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em Brasília nesta segunda-feira.

Seguindo a linha de outros artigos publicados na imprensa estrangeira, o jornal vê a visita como uma tentativa brasileira de se afirmar nas grandes questões internacionais mundiais.

Ao mesmo tempo, a matéria levanta preocupações quanto aos efeitos da cartada diplomática nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos, que mantêm relações tensas com Teerã.

"As ambições brasileiras de se tornar um ator importante no palco diplomático global batem de cabeça nos esforços dos Estados Unidos e outras potências mundiais de controlar o programa de armas nucleares do Irã", afirma o NYT.

Analistas e legisladores americanos ouvidos pelo jornal criticaram a visita, que ocorre pouco depois da recepção brasileira ao presidente israelense, Shimon Peres, e ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Para os críticos do encontro entre Lula e Ahmadinejad, a visita "pode enfraquecer os esforços para pressionar o Irã no seu programa nuclear, e consequentemente esfriar as relações do Brasil com os Estados Unidos e arranhar sua crescente reputação como potência global".

'Diplomacia arriscada'

Da Espanha, o jornal El País escreve que a chegada de Ahmadinejad a Brasília é "uma arriscada operação diplomática" de Lula, que "tenta reforçar seu papel como protagonista internacional (…), mas pode ficar em uma posição difícil se a visita acabar em fiasco".

Em meio a uma "busca desesperada por apoio internacional", diz o jornal, "a América Latina se tornou cenário de um importante esforço de penetração diplomática iraniana".

Além do Brasil, a visita do presidente iraniano inclui a Venezuela e a Bolívia. Além disso, as relações com Caracas abriram para o Irã as portas de outros países, como Nicarágua e Equador.

"Nenhuma destas viagens havia despertado tanta inquietude como o giro que começa hoje", diz o El País. "O Brasil é um país muito diferente e reivindica um cenário distinto."

Citando as ambições brasileiras de usar as negociações no Oriente Médio como um trampolim para tentar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o diário espanhol avalia que "a entrada em campo do Brasil, uma enorme potência em todos os sentidos, muda por completo o mapa".

'Teste'

Para o britânico Financial Times, a visita de Ahmadinejad é um "sério teste diplomático" para o "status do Brasil como uma potência mundial emergente".

O jornal acredita que a recepção será um "reconhecimento" do regime iraniano por parte do maior país da região.

"Em privado, membros do governo americano se mostraram preocupados com os contatos entre o Irã e outros governos", escreve o FT.

Por outro lado, sublinha o diário financeiro britânico, após a visita do presidente israelense ao Brasil, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, "disse que estava considerando encerrar suas operações no Irã, ainda que enfatizando que a decisão é puramente técnica".

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Drama real.

Homem diagnosticado com coma passa 23 anos consciente

Um erro de diagnóstico fez um homem passar 23 anos consciente e preso a uma cama, enquanto médicos pensavam que ele estava em coma, na Bélgica.

Rom Houben, que tinha 23 anos quando sofreu um acidente de carro que o deixou completamente paralisado, foi submetido a vários exames normalmente utilizados para diagnosticar o coma, baseados em respostas motoras, verbais e oculares.

Ele, no entanto, escutava e via tudo o que acontecia à sua volta, sem conseguir se comunicar com médicos, familiares e amigos.

Apenas alguns meses atrás, exames com aparelhos de tomografia de última geração mostraram que seu cérebro estava funcionando de maneira praticamente normal.

Houben foi então submetido a várias sessões de fisioterapia e agora consegue digitar mensagens em uma tela de computador.

Um aparelho especial colocado sobre sua cama permite que ele leia livros mesmo deitado.

"Nunca vou me esquecer do dia em que descobriram qual era o meu verdadeiro problema. Foi meu segundo nascimento", disse. "Todo este tempo eu tentava gritar, mas não havia nada para as pessoas escutarem."

"Frustração é uma palavra muito pequena para descrever o que eu sentia", afirmou, Houben, que deve permanecer internado em uma clínica perto de Bruxelas.

O neurologista Steven Laureys, que liderou a equipe que descobriu a situação de Houben, publicou um estudo há dois meses alertando que muitos pacientes considerados em estado de coma na verdade podem estar conscientes.

"Apenas na Alemanha, a cada ano, 100 mil pessoas sofrem de traumatismo cerebral grave. Estima-se que de 3 mil a 5 mil deles se mantêm presos em um estágio intermediário entre o coma verdadeiro e a total recuperação de seus sentidos e movimentos. Eles seguem vivendo sem nunca mais voltarem", disse Laureys, chefe do Grupo de Coma do Departamento de Neurologia da Universidade de Liège.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Demitido por causa de game ganha indenização

 Um argentino que resolveu jogar videogame no horário de trabalho – e demitido por essa causa – vai ganhar uma bolada da concessionária de veículos em que trabalhava.

O argentino, cujo nome é mantido em segredo, não gostou da atitude do ex-chefe, já que se divertia com o console Playstation quando a loja estava vazia, sem clientes. Por isso, processou a empresa pela demissão. E os juízes do Ministério do Trabalho da Argentina, Hector Guisado e Oscar Zas, responsáveis pelo caso, lhe deram ganho de causa. E mais. Disseram ao chefe que o fato do funcionário jogar Playstation durante o trabalho não é tão grave a ponto de uma demissão.

Segundo os dois juristas, o chefe poderia ter tido bom senso e simplesmente dado uma bronca ou um aviso formal sobre a prática de jogar videogame durante o expediente.

Conclusão: o dono da concessionária, além da bronca do juiz, terá que pagar 225 mil pesos ao ex-funcionário – cerca de 100 mil reais